A Orquestra
Orquestra

A orquestra é um grande arranjo de instrumentos que contém seções distintas, como as cordas, os metais, os instrumentos de madeira, os instrumentos de tecla e a percussão.
O nome "orquestra" deriva do grego "orkhéstra", que era o nome da área em frente ao antigo palco grego, destinado ao coral e os bailarinos.
A orquestra cresceu em importância através dos séculos XVIII e IXX, mas mudou muito pouco (no que diz respeito à sua composição) durante o século XX. Orquestras menores nesta época (com cerca de quinze músicos ou menos) é chamada de orquestra de câmara.
Uma orquestra completa (com cerca de 100 músicos) pode ser denominada como "Orquestra Sinfônica" ou "Orquestra Filarmônica" - porém estas denominações não indicam necessariamente qualquer diferença na composição musical ou nas regras da orquestra, porém podem ser úteis para para distinguir arranjos diferentes existentes na mesma localidade (por exemplo, a Orquestra Sinfônica de Londres e a Orquestra Filarmônica de Londres). Antigamente estas denominações também auxiliavam a determinar se a manutenção da mesma era feita através de iniciativa filantrópica ou privada e/ou governamental.
Uma orquestra sinfônica geralmente tem cerca de 80 membros, podendo chegar à 100, dependendo de quais obras precisam ser executadas. As orquestras de câmara, podem conter em torno de quinze músicos, sendo que algumas podem ter uma quantidade até menor de membros - estas geralmente são formadas em escolas e podem possuir um regente ou serem regidas pelo próprio spalla do grupo.
O termo "orquestra de concerto" pode ser utilizada eventualmente pelas orquestras de câmara, porém sem determinar seu tamanho. Este termo geralmente indica que o grupo efetua performances ao ar livre.

Composição

A disposição dos músicos se dá no formato de meia-lua, com acomodação dos instrumentos segundo critérios de sonoridade, conforme exemplificado na figura abaixo.

Diposição dos instrumentos
Uma orquestra sinfônica dispõe cinco classes de instrumentos:
  • Cordas: violinos, violas, violoncelos, contrabaixos, harpas
  • Madeiras: flautas, flautins, oboés, corne-inglês, clarinetes, clarinete baixo, fagotes, contrafagotes
  • Metais: trompetes, trombones, trompas, tubas
  • Percussão: tímpanos, triângulo, caixas, bombo, pratos
  • Teclas: piano, cravo, órgão
Entre estes grupos de instrumentos e em cada um deles existe uma hierarquia implicitamente aceita. Cada seção (ou grupo de instrumentos) provê um solista que será o protagonista dos solos e da liderança do grupo. Os violinos são divididos em dois grupos: primeiros violinos e segundos violinos — o que pressupõe dois principais.
O principal dos primeiros violinos é designado como chefe não só de toda a seção de cordas mas de toda a orquestra, subordinado unicamente ao maestro - esse violinista é denominado spalla ou maestrino. Nos metais, o trompetista é o líder, enquanto que nas madeiras esse papel cabe ao primeiro flautista. Atualmente, as orquestras são conduzidas por um maestro, embora não fosse assim com as orquestras originais, sendo a condução responsabilidade do líder de orquestra. Em outros casos não existe maestro, como em orquestras pequenas, ou em reproduções realistas de música barroca.

Evolução

A história da orquestra está diretamente ligada a história da música instrumental. Porém as raízes da orquestra como a conhecemos hoje remonta o Egito antigo.
As primeiras orquestras eram formadas por pequenos grupos de músicos que eram reunídos para festivais, datas festivas ou mesmo funerais.
Até o século XI as famílias de instrumentos não apareciam com diferenças de tonalidade e separados por oitavas. As orquestras modernas começaram a se formar já no século XVI, quando compositores começaram a escrever músicas direcionadas para grupos musicais.

A orquestra barroca se utilizava das violas como formação principal, perdendo ao longo do tempo sua influência para os violinos.
A orquestra no período barroco não estava ainda fixada como formação instrumental, pois havia grande variação entre as formações empregadas por cada compositor, ou mesmo entre obras diferentes do mesmo compositor. Mas já se podem ver as tendências que se afirmariam plenamente no período clássico:

  • Substituição dos instrumentos da família das violas pelos da família dos violinos;
  • Redução na grande variedade de instrumentos antigos de sopro;
  • Construir as peças para o conjunto de cordas em quatro partes, como se fossem as quatro vozes de um coral.

Foi com a orquestra clássica, oriunda do período do classicismo que a formação da orquestra adquiriu a forma a qual a conhecemos hoje.
Grande parte disso se deve ao desenvolvimento da forma de sonata e dos gêneros de sinfonia, do quarteto de cordas, da sonata e do concerto. Apesar destes termos já existirem no período barroco, foi somente no fim do século XVIII que eles assumiram um significado mais preciso em termos de forma musical. E foram estas formas clássicas que deram tanta importância à orquestra sinfônica.

Foi com a orquestra clássica, oriunda do período do classicismo que a formação da orquestra adquiriu a forma a qual a conhecemos hoje.
Grande parte disso se deve ao desenvolvimento da forma de sonata e dos gêneros de sinfonia, do quarteto de cordas, da sonata e do concerto. Apesar destes termos já existirem no período barroco, foi somente no fim do século XVIII que eles assumiram um significado mais preciso em termos de forma musical. E foram estas formas clássicas que deram tanta importância à orquestra sinfônica.

No século XIX, as orquestras voltaram a ter participação expressiva de instrumentos de sopro, o que gerou alguns desafios:

  • O número de músicos nas cordas precisou ser aumentado, para poder ter volume suficiente para acompanhar os instrumentos de sopro.
  • O aumento do tamanho das orquestras resultou em uma necessidade maior de espaços físicos para acomodá-las.
  • Os autores puderam se utilizar da variedade maior de timbres para compor novas peças.
  • A evolução da orquestra neste período permitiu aos autores melhorar o desenvolvimento das formas musicais e da linguagem harmônica.

No século XX, as orquestras passaram por um processo de flexibilização, com a inclusão dos instrumentos de percussão, além de fornecer a padronização conhecida de instrumentos a qual é utilizada pelas orquestras até hoje.

Fatos Curiosos

  • A maior orquestra do mundo se reuniu em Vancouver (Canadá) em 15 de maio de 2000, sendo formada por todos os membros Orquestra Sinfônica de Vancouver além de 6.400 estudantes de diversas outras orquestras.
  • A maior peça já executada por uma orquestra é a 9ª Sinfonia de Beethoven, sendo executada 9 minutos e 44 segundos.
  • A "Primeira Orquestra Vienense de Legumes" executa seus concertos com instrumentos feitos inteiramente de vegetais frescos.
  • O mexicano Pedro Reyes transformou armas militares em 50 instrumentos musicais para sua orquestra.
  • Em 2011 ocorreu a "Orquestra Sinfônica do YouTube", aonde 101 músicos foram inteiramente selecionados através do canal do Youtube para se apresentarem na Casa de Ópera de Sidney, na Austrália - o evento é a segunda edição, que havia ocorrido anteriormente em 2009.
  • O Cemus – Programa de Apoio a Orquestras com o apoio do Funarte está suspenso por falta de recursos do governo federal.
  • A cidade do Cairo, no Egito possui uma orquestra formada inteiramente por jovens cegos, que realiza diversas apresentações anualmente. O único do grupo que não é cego é o maestro que, durante os ensaios, bate com a batuta na mesa para se comunicar com a orquestra registrando o compasso de cada passagem.

Fontes de Consulta

http://pt.wikipedia.org/wiki/Orquestra
http://en.wikipedia.org/wiki/Orchestra
http://www.mozarteum.org.br/